Indicações de livros de autores da Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada - ALJODE.

Ao ler a apresentação do livro Fausto nas Sombras nas orelhas do livro, o leitor terá a impressão de que já leu ou ouviu coisa semelhante, ledo engano! A história do pintor Camilo Duarte é complexa, bem estruturada e intrigante. O autor Gil Cleber, com rara habilidade consegue manter o suspense, expondo apenas cenas de atos que se concluem ao longo de sua narrativa. Histórias paralelas revelam sutilezas do pensamento humano e suas fragilidades sentimentais, levando os personagens a tomadas de decisões nem sempre respeitando a ética, a moral e os bons costumes. Preparem-se para momentos de insônia, não por se tratar de um conto de terror, não o é,  mas sim pela quase hipnose a qual estarão submetidos àqueles que iniciarem a leitura dessa incrível obra.

 

Ambientada na cidade do Rio de Janeiro, a história passeia pelas ruas do Centro, da Praça Mauá e regiões adjacentes, demonstrando a vida no submundo da sociedade carioca, caracterizada pela miséria, fome, tráfico de drogas e prostituição. Com estilo singular, o autor sacode o leitor com frases curtas e ações que instigam a leitura. Craveiro faz uso de uma ironia cáustica, por vezes, através do jogo do bicho que, em vários momentos, serve-lhe  de apêndice: “ Peguei inutilmente o resultado do jogo do bicho. Macaco. Os últimos trocados uma vaca levou. E eu aqui em frente ao poste , papel carimbado na mão, cara de cachorro na chuva, sem ter no bolso um tostão.”

A vida e a malandragem do protagonista Eusébio torna tudo previsível?  Nem sempre! Nessa primeira obra de Clayton Craveiro, nada é trivial, nem  mesmo o conselho de um  traficante ao usuário : “Isso é meio de vida, não é meio de morte. Valeu!?”

Sim, vale muito a leitura de EU, em especial, porque a fé e a religião direcionam o texto para um final surpreendente,  lembrando o genial O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.

 
Livro de poesias bem estruturadas e de leitura ”gostosa”. Tinto, de Nilzanira Reyes, apresenta uma autora preocupada com a técnica literária, mas que nem por isso torna seus poemas  rígidos e frios, muito pelo contrário, revela uma pessoa amiga e generosa, apaixonada e agradecida pela vida, pela família e pelas amizades que tem a humildade e a altivez de reconhecer,  influenciaram sua obra.

Carnaval, de Clayton Craveiro é digno de nota. Perdão! De nota dez pelos foliões, com poucos décimos de descontos pelos contrários, pois, através de crônicas, minicontos e poesias, o leitor é levado ao clima da grande folia: “O corpo quente e a água que caia sem cessar fazia sua pele expulsar um vapor quase imperceptível. Contra a luz seu corpo era o carnaval.”

Quem já desfilou ou assistiu um desfile no Sambódromo voltará ao local, através do suor e do cansaço dos outros; da suave bolha no pé; do gosto da cerveja gelada. Carnaval tem o barulho dos “surdos”; a fuga de Pierrot e o choro de Colombina. Têm mulatas e morenas, mas também “Tem loura no samba”, pois elas “às vezes só sambam com um leve requebro no olhar”. Carnaval tem histórias e sonoridade para fazer o leitor reviver bons momentos. Vale a leitura.

À venda na Amazon.com.br

A leitura do livro A Janela do Suicida, do autor Gil Cleber não é pra criança. Muito menos pra quem não tem coragem de conhecer e enfrentar os problemas intestinais de uma sociedade hipócrita e asquerosa. Persistente, o autor revela a submissão e a fragilidade dos oprimidos diante da força, da desfaçatez e do mau-caratismo do ser humano, mostrando que tudo isso pode estar mais próximo do que pensamos. Engana-se aquele que confia no outro cegamente, sua mensagem é clara!

A ambientação da história se passa, na maior parte do tempo, em um cenário de miséria, podridão material e espiritual, feiura, ignorância e estupidez, pois é dessa forma que o protagonista vê o seu entorno. Não que ele seja melhor do que aqueles que o circundam, pois o próprio revela pensamentos e desejos aterradores, a partir de uma adolescência desequilibrada e de difícil convívio familiar. Até onde isso o prejudicou? Tem seu peso, mas não se deixe enganar, quando a índole é ruim, o cão pouco adormece e a intolerância ataca rápido como um raio na tormenta.

Apesar de ter alguma leitura e ser um conserta tudo, isso não faz de Henrique Barbosa uma pessoa de fibra, coragem e força para lutar por uma vida melhor. Há uma preguiça latente em seu comportamento; uma curiosidade frequente o faz decidir a participar de situações que ele próprio critica ou detesta; ambíguo, reclama da pobreza, mas não monta o cavalo branco selado que passa em sua porta. Por honestidade, por ter bom caráter ou por suapersonalidade? Longe disso! Existe um vigor mordaz que o mantém perto da pobreza e da miséria, talvez para alimentar suas críticas a tudo e a todos.

Com maestria, o autor conduz a história para um final surpreendente, restabelecendo um novo fluxo para os acontecimentos a partir de um episódio de dor e sofrimento, comumente, bons remédios para reflexão e mudança de rumo.

Compra direta com o autor - (24) 98118-0102

 

A leitura desta obra de Gil Cleber requer tempo, pois é longa. No entanto, está longe de ser cansativa ou enfadonha. Amor, sexo, traição, violência e assassinatos, prendem o leitor ao texto, parecendo por vezes estarmos assistindo uma novela de horário nobre.

Utilizando-se de um vocabulário próprio da vida rural, o autor cria cenários que nos remetem ao início do século XX, com o surgimento de pequenos lugarejos e toda a dificuldade de distância, tempo e transporte para ida aos centros de comércio. Vale a leitura. Boa viagem!

Compra direta com o autor - (24) 98118-0102

 

Utilizando-se de rimas alternadas, os poemas trazem em si toda a energia e força da autora. Com simplicidade e clareza, Maria do Carmo desfila sua experiência de vida sem tornar a obra uma biografia. Por vezes, fará o leitor imaginar que está lendo um livro de autoajuda, tantas são as demonstrações de fé e coragem em dias melhores.

No poema que dá nome ao livro, Carminha se compromete a buscar “... com ânsia desmedida... Dias melhores nessa vida”; em “Obrigado Deus”, demonstra que será persistente em busca do seu objetivo: “Que jamais falte em mim perseverança”; alerta aos “Desafios”, há uma “Força Estranha” que lhe dá uma “coragem inigualável” para seguir em frente.

Mas nem tudo são flores! Em Instinto Assassino há revelações sobre o temperamento e caráter da escritora que, certamente, surpreenderá os leitores.

Compra direta com a autora - (24) 98114-2485

 

Negra Fulô é uma obra de amor às tradições e de respeito ao passado. Algumas boas lembranças, outras nem tanto, a recordar pra rir ficamos apenas com o gaiato e tenebroso Tio Mala e o Pai-Nosso do Professor.

A história central revela o sofrido amor de uma mulher que, embora tenha “trabalhado” pelo infortúnio de seu patrão, ainda iria amá-lo até a morte. É assim que a autora nos leva a recordar o período deescravidão na Fazenda da Freguesia – atual Aldeia de Arcozelo -um dos palcos da insurreição ocorrida no Vale do Café e que culminou com a morte de Manuel Congo, um dos líderes do movimento.

É a lenda que “O Caso do Saci-Pererê” não nos deixa esquecer; é a tradição dos “fogos e balões”, em“Noite de São João” – hoje com sérias proibições – e o poema “Trovas de Amor e Saudade”, jogando luz sobre as crises de consciência de um relacionamento a dois:

Se eu te amo não sei
Se te desprezo não digo
Viver contigo é um martírio
Viver sem ti é um castigo

Por fim, em um “Realismo Fantástico” contemplamos “com os óculos da saudade, velhas histórias de nossos antepassados”. Certamente, o leitor encontrará um texto com o qual se identificar. Boa leitura!

Compra direta com a autora- (24) 99309-2195


A relação de amizade entre as pessoas sempre carrega em si, respeito e admiração. Nesta obra, o leitor perceberá isso de forma muito clara e justificável, pois de fato, Paschoal Carlos Magno foi um ser de rara bondade e persistência. Com sua insaciável vontade de fazer acontecer, enfrentou dificuldades de todas as ordens: econômica, financeira, política e, por fim, de saúde, mas manteve a chama acessa por um sonho maior: o teatro e a sua Aldeia de Arcozelo. Os depoimentos aqui apresentados dão conta de suagrandeza, em especial,  o relato de seu sobrinho Armando Carlos Magno, que revela o caráter do brasileiro, digno e corajoso que foi Paschoal.

É inegável que existe uma simbiose de pensamentos entre o homenageado e o autor, pois este último também demonstra um enorme amor e dedicação ao seu sonho: garantir que a história de sua amada cidade de Paty do Alferes, não seja esquecida.
Idealizador e fundador da Academia de Letras Joaquim Osório Duque Estrada - ALJODE, Carlos Celino é a memória viva de uma cidade jovem, que cresce sendo regada pela criatividade, fibra e coragem de homens persistentes que, como Paschoal, ao lutarem pelos seus sonhos, servem de exemplo para toda sociedade brasileira.

Compra direta com o autor - (24) 98148-0864

 

O conto que dá nome ao livro de Bia Tannuri ganha o leitor. Há um mistério que envolve a protagonista que prende a atenção e provoca a imaginação.

A autora transforma situações de rotina em contos; brinca na laje dos outros; com graça, expõe situações familiares, e assim vai costurando sua colcha de retalhos da vida. É fácil encontrar “conhecidos” na leitura de A Mulher da Praia.

À venda na Amazon.com.br